quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

History Maker - Prólogo

Silêncio.
Apenas uma escuridão.
Eu parecia estar dormindo.
Quando um uivo rompeu o silêncio.
Então, eu me senti consciente. Ou semi-consciente. Não sei.
Minha cabeça pesava como se houvesse metal por dentro e eu sentia um forte calor na nuca.
Tentei abrir meus olhos mas eles pesavam tanto quanto a cabeça. Então tentei apenas ouvir meu corpo. Onde eu estava? O que havia acontecido comigo? Aliás... quem eu era?
Percebi que meus pés não estavam tocando o chão, assim como nenhuma outra parte do meu corpo.
Eu estava flutuando. Só que flutuando como se fosse dentro d'água.

Enfim consegui abrir um pouco dos meus olhos. Não via nada mais além do que um borrão. A princípio achei que a minha vista estaria embaçada, porém percebi que era a cena á minha volta que era realmente embaçada... e colorida.
Sim, eu estava flutuando. Pude ver o meu vestido e os meus cabelos se movendo como se estivessem imersos na água, como eu havia sentido. Mas eu não estava na água. Olhei á minha volta tentando saber oque era aquilo. Eu estava no ar, cercada por algo que parecia um redemoinho, que me suspendia no seu centro de forma inacreditável. Eu nada podia ver além dele. E aliás, eu nem estava interessada em ver além dele.
O que era aquilo? Eu estava sonhando? Pois deveria ser, apesar de muito real. Este redemoinho não era feito de nenhum elemento da natureza. Ele era imenso como se não houvesse fim, brilhante como se milhares de diamantes reluzentes á luz do sol estivessem sendo carregados junto com algo que eu não sabia descrever. Parecia um pó colorido. Extremamente, lindamente e perfeitamente colorido. Todas as cores possíveis, em suas devidas ordens, como um arco-íris.
Era calmo, silencioso e apesar de ser um redemoinho, se movia vagarosamente. Meus pés descalços sentiam uma sensação maravilhosa, assim como todo meu corpo, de extremo conforto e alívio de um cansaço extremo, de como se eu houvesse estado em uma guerra.
E eu não queria sair dali.
Nunca mais.
Minha mente vagava, mas eu não queria encontrar respostas para aquilo. Eu queria apenas sentir, e não pensar em mais nada que me tirasse dali. Me sentia feliz, tranquila.
Tranquila?
Que sentido havia em estar tranquila? Por que eu iria me preocupar? Mas quem eu era? Por que eu estava me questionando? Eu não queria pensar, mas era tão inevitável.
Uma pergunta muito idiota, mas que me fez muito sentido em relação aquela situação foi: será que isso é magia?
Magia?
"Vamos garota, acorde, magia não existe!"
Tentei então enxergar além do redemoinho. Quase impossível.
Olhei para cima e vi um céu negro, com nuvens levemente vermelhas. Trovejava. Senti uma tristeza penetrante, e uma lágrima, sem explicação, rolou pela minha face.
Olhei bruscamente para baixo. Havia um abismo com uma escuridão tão densa, que me senti sufocada. A tristeza virou uma angústia mortal, como se uma faca passasse pelo meu coração. Onde eu estava? Várias lágrimas começaram a cair. Tentei me mover, mas me sentia presa dentro daquilo. Olhei nas cores novamente. Me senti aliviada. Não queria sair dali. Não queria olhar para a escuridão, só queria me sentir segura naquela luz colorida. Mas a sensação não era mais agradável. Eu ainda me sentia sufocada.
E ao redor? O que havia ao redor?
Lembrei o uivo. De onde ele havia surgido?
Apertei os olhos, saíram mais lágrimas. Quando os abri novamente tentei ver o que havia além. Não podia enxergar nada, ainda assim. Repeti o movimento.
O peso saiu da minha cabeça e passou para o coração.
Então eu consegui ver um vulto. Muito mais abaixo, perto daquele abismo. Era pequeno. Parecia estar olhando para mim. Tinha a aparencia de um animal... Ah! Que animal era aquele? Eu não conseguia lembrar pois minha memória era um vazio total.
A raiva dominou meus pensamentos. Eu queria lembrar!
Isso não fazia sentido!
Foi quando eu escutei uma gargalhada, doce, muito doce no começo, mas amarga e maléfica no fim. Uma gargalhada de vingança, de ódio, de engano. O horror me invadiu, mas não durou muito tempo.
Me tornei entorpecida imediatamente. Não conseguia sentir absolutamente nada, como se houvessem me drogado.
Minha cabeça voltou a pesar.
Gostei de não sentir nada. Queria ficar ali. Não queria pensar.
Fechei os olhos para me sentir no nada.
Então o uivo cortou o ar novamente fazendo uma dor cortante surgir do meu coração e correr pelas minhas veias. Tentei me debater, mas não podia me mover. Queria a paz novamente! Porém algo veio á minha mente. Eu já havia sentido aquela dor.
Dor.
Sim! A dor me fazia sentido!
Aquela dor me fazia sentido.
Uma angústia me tomou por completo.
A gargalhada ficou em segundo plano.
Se eu ficasse na paz, eu não encontraria a resposta. Aquela era uma dor boa. Mas, onde e quando eu tinha passado esta dor?
Essa dor começou a cortar o efeito do entorpecimento.
Joguei a cabeça para trás e abri o peito, deixando a dor ser mais intensa.

O uivo surgiu nomente. Doeu com mais intensidade e eu pude gritar. Gritar com tudo o que eu podia. E as minhas forças se acabaram. Então senti meu corpo desmaiar totalmente; porém minha mente permaneceu consciente. Respiraçaõ ofegante, ainda doía.
Onde aquilo tudo havia começado? Onde aquela dor havia realmente começado?

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Sinais da Vida


No começo foi apenas um fio de luz.
Uma mostra pequena de cores.
Uma brisa suave que levou o peso... No começo, era apenas uma visão menos distorcida da minha escuridão, do meu mundinho sem vida.
Não sei exatamente como e nem o porquê, mas entrei em libertação sem planejar isso.

A escuridão caiu, meu filete de luz aumentou...
Mas eu ainda não sentia nada. Meus erros ainda eram latentes.
Muito presentes em mim.

Eu ainda era feita de um coração de gelo.
Ninguém podia me ouvir. Ninguém podia me ver.

A frustação, eu ainda sentia. Na minha arte.
A decepção por eu ser eu ainda era constante.
Então eu escutei a frase que começou a me mudar lentamente:

"Eu te amo mais do que você jamais saberá".

Isso foi me fazendo querer sair daquele poço. Mas não está sendo fácil.
Palavras maravilhosas me fizeram querer mudar
.
E a mudança é boa. Mas dói. Agora eu sinto. Sinto a dor.
Uma dor quente, ardente.
Mas uma dor tão boa quanto a mudança.
Por que é uma dor que mata o meu 'eu'. Mata aquele monstro.
Me fez mais humana.
Por aquele amoroso Sacrifício que Cristo fez por mim.... eu posso ser mais humana.

E toda vez que eu me a proximo dele... eu me sinto mais suja.
A impureza aparece mais sob a Luz Dele.
Mas também me sinto mais amada. Sinto que posso ser lavada, e remida. Também posso ser salva de mim mesma.

os Sinais da Vida nunca estiveram tão marcados no meu coração.
São marcas que eu não apagaria, mesmo doendo.
Esses Sinais da Vida, me amadurecem.
Me fazem mais viva de certa forma.
Sinais da Vida que ninguém sabe, ninguém imagina.
Ninguém vê. Ninguém sente com tanta intensidade, ou imagina essa intensidade.

Sinais que são subestimados por que não sofreu.
Eu nunca achei que eu fosse tão boa atriz, para que não soubessem o quanto me machuquei.
A psique destruida.
Um cânion na alma, ecuro e podre.
Uma vida morta. Olhos cegos.

Um monstro que surgiu de uma vida que outrora era frágil.
E, ninguém entende quantas vidas esse monstro matou.
Parasita.
Matou a própria hospedeira.
E esse monstro morre, a cada dor que eu sinto.
POr isso eu deixo doer. Deixo queimar. Deixo eu me envergonhar. Deixo eu estar errada.
Para que enfim eu possa me colocar no meu lugar.
E enfim eu possa ser sincera.


E adorar a Deus em espírito e em verdade.