sexta-feira, 4 de junho de 2010
Paredes...
Das experiências da vida vou construindo as paredes da minha alma.
Uma obra de arte nascida da imaginação do Artista Supremo.
Mas, por alguma razão, estas paredes se fizeram tortas,
algumas até cairam no chão.
Vejo os meus pedaços por todo lado espalhados,
cada um deles é parte minha!
Me surgem tantas dúvidas.
De onde venho? Para onde vou?
Preciso descobrir quem sou!
Afundada em pensamentos, aciono lembranças, recrio idéias.
Procuro entender em que momento da minha vida,
as paredes que eram de proteção e sustento
se tornaram uma prisão.
Machucando a alma, matando sonhos,
desanimando,
Deprimindo.
Preciso encontrar respostas.
Onde será que tudo começou?
Caminho entre as pessoas, devagar, vou me afastando.
Escapando á multidão e aos olhares curiosos.
Não quero ser observada.
Algo dentro de mim me ameaça;
me inibe;
leva a introverter-me.
Fecho todas as portas de entrada e de saída,
me esquivo,
não falo...
apenas olho.
E o que pelos olhos entram em mim,
vai subindo pelas veias
galgando o coração em mente que quer explodir!
Por um lado me faltam lábios,
por outro me sobram olhos
que aumentam a agonia, e os anseios que não entrego
e nem posso entregar a ninguém!
Na verdade não falo com ninguém,
mas falo comigo mesma,
enquanto caminho em meu universo trancado,
que ninguem entra ou conhece,
a não ser Deus.
Sou ilha sem ponte, sem navio, sem barco.
Eu não sei nem ouso nadar.
Não tenho como enfrentar o mar.
Eu continuo só.
Até quando, Deus meu?
Sinto hoje que você não me fez para a prisão
e o isolamento,
nem para a rejeição
ou o abandono.
Então destranca-me Senhor!
Minha consciência esteve por longo tempo vazia.
O que havia era vácuo, deserto.
E eu me pergunto abismada
diante de tantas vozes que me bradam a alma:
"O que eu fiz da minha vida?"
"O que eu fiz de mim?"
Cortei toda a minha comunicação com Deus
e com o mundo
para escolher meu próprio caminho.
Puseram diante de mim tantos papéis
sem perguntar se me serviriam.
A rejeitada,
a traiçoada.
A forte,
destemida,
covarde.
Mentirosa.
Olho-me no espelho.
A imagem é insuportável!
Preciso me encontrar.
Encontrar uma saída, uma entrada!
Sei que representei papéis desprezíveis,
mas quero o arrependimento!
O perdão!
Precido encontrar Aquele que me alivia.
Que me dá descanço á alma!
Preciso de Ti, Ó Deus!
Guiando meus passos, minha vida.
Restitui pela sua misericórdia o tempo perdido!
O amor, a alegria.
Preciso de Ti, Senhor.
E da tua benção.
Preciso de Ti, Senhor.
Restitui.
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